Seguindo as palavras do meu Pai e com a sua ajuda, fiz uma revira volta. Não queria continuar a perder e chorar para sempre foi o meu despertar. Em pouco tempo me tornei a melhor aluna da turma e em algumas vezes, melhor aluna de toda a Escola Primária Eduardo Mondlane assim como da Escola Secundária Estrela Vermelha, conquistando assim muitos amigos.
ãComo eu era pobre, as crianças que provinham de famÃlias com melhores condições, solicitava-me que eu fizesse trabalho de casa, (T.P.C) para elas, dessa explicação. Em troca davam-me produtos, objectos, lanches etc....
ãNasceram mais 2 irmãos. No total éramos 5. Apesar de meu Pai trabalhar nos Correios de Moçambique vivÃamos nas piores condições de pobreza. A guerra Civil que teve inicio logo depois da independência intensificou e quase todas semanas recebiamos relatos de muitos familiares assassinados ou recrutados pela guerrilha. Esse acto fez com que uma parte da famÃlia se refugiasse para Maputo e para a nossa casa. Estou falando de 1982,83,84. Além da famÃlia nuclear vivÃamos com mais 6 primos vindos da terra natal. A minha casa estava sempre cheia de pessoas e fazia simultaneamente corredor de pessoas que regressavam de Africa de Sul para Terra e vice-versa. Posso afirmar que nunca tivemos quartos. na maioria das vezes dormiamos na cozinha por falta de espaço.
No PrincÃpio de cada mês cada famÃlia tinha direito a abastecimento de cesta básica composta por bens alimentares oferecidos pelo Governo. No nosso cartão de abastecimento estavamos registados como famÃlia de 7 pessoas mas na verdade eramos muito mais. Esses produtos não duravam 10 dias. O resto do mês, comiamos repolho cozido misturado com farinha amarela, ou mesmo dormir sem comer tornando-se assim uma época muito difÃcil. O salário que o meu pai auferia já não chegava e ele as vezes sacrificava o almoço que tinha direito no serviço e trazia para os filhos. Isso fez me sentir que ele tinha amor pela famÃlia.
Por ser mais velha, era acordada de madrugada 4 horas para formar longas filas nos talhos, nas cooperativas, para as 7 horas estar na escola. Era uma criança de apenas 10,11 anos mas carreguava muita responsabilidade. Ao voltar da escola tinha também que ajudar nas tarefas domésticas. Apesar de toda essa responsabilidade, nas tardes e de noite sempre me restava tempo para rever a matéria, tornando-se assim um dos momentos de prazer. O meu momento de lazer era sim estudar e ler livros de contos infantis que minhas amigas me emprestavam. Os contos me faziam sair da realidade em que me encontrava e navegar outros mundos.
Em Setembro de 1986, o meu avÎ faleceu, após ter ficado traumatizado na sequência de uma bala ter passado do seu ouvido e de ter sofrido agressÎes por arma de fogo protagonizados pela Guerrilha. Quando meu Pai tomou conhecimento chorou muito, tendo sido a primeira vez que vi um homem grande chorando. Foi um acontecimento marcante. Não tive a oportunidade de viajar para me depedir do meu avÎ. Para viajar era necessário ser escoltado com viaturas militares. Eu fiz a despedida do meu avÎ no silêncio rezando. Meu pai sendo o filho mais velho teve que seguir essa viagem.
O papel de melhor aluna proveu-me outras experiências. No ano de 1985, a comitiva Presidencial do falecido Presidente Samora Machel visitou o Japão. No encontro que menteve com o comitê de solidariedade com os povos de Ãfrica, Ãsia e América Latina terá convidado alguns membros para conhecer Moçambique o que eles acataram com maior agrado. Aquela que viria a ser a minha mãe japonesa fazia parte deste Comitê. Essa história que transformou a minha vida de um dia para o outro contarei nos próximos capÃtulos.
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ãç¶ã®è©±ãèãïŒä»ãŸã§ã®èªåãå€ããããšããŸãããæåæãæãããŸãŸïŒæ³£ãããŸãŸã§ã¯ããããªãã£ãã®ã§ãããã®ææ ã§ç®ãèŠãŸããŸããããã®åŸïŒçæéã®éã«ïŒäœåºŠãã¯ã©ã¹ã®æåªç§çåŸã«éžã°ããŸããããšãã¥ã¢ã«ãã»ã¢ã³ãã©ãŒãå°åŠæ ¡ïŒãšã¹ãã¬ãŒã©ã»ãŽã§ã«ã¡ãŒãªã£äžåŠæ ¡ã®äž¡æ¹ã§æåªç§çåŸã«éžã°ããŸãããå€ãã®å人ã«åã£ãã®ã§ãã
ããããã¯è²§ããã£ãã®ã§ïŒäœäžèªç±ãªãæ®ãã家åºã®åäŸãã¡ã®å®¿é¡ãæäŒã£ããïŒå匷ãæãããããããšã§ïŒè»œé£ãæ§ã ãªãã®ãããããŸãããå åŒãïŒäººçãŸãïŒïŒäººå®¶æã«ãªããŸãããç¶ã¯ã¢ã¶ã³ããŒã¯éµäŸ¿å±ã§åããŠããŸãããïŒæ¬åœã«èŠããç掻ã§ãããç¬ç«æŠäºçŽåŸã«å§ãŸã£ãå æŠã¯æ¿ãããå¢ãïŒã»ãŒæ¯é±ã®ããã«ïŒå€ãã®äººãèªæããããïŒæŠäºã«ããåºããããšãããã¥ãŒã¹ãè³ã«ããŸãããå æŠã«ãã£ãŠïŒå®¶æã®äžéšããããã®å®¶ã«é¿é£ããŠããŸãããããã¯ïŒïŒïŒïŒïŒå¹ŽïœïŒïŒå¹Žã®ããšã§ãã家æã®ä»ã«ïŒïŒäººã®ããšãããã£ãŠããŸããããããã®å®¶ã¯ïŒãã€ãããããã®äººãããŸãããåæã«ïŒåã¢ãšå°å ãè¡ãæ¥ãã芪æãã¡ã®éãéã«ããªã£ãŠããŸãããèªåã®éšå±ãæã£ãããšã¯ãããŸããã§ãããã¹ããŒã¹ããªãã£ãã®ã§ïŒãããã³ã§å¯ãããšãå€ã ãããŸããã
ãæ¯æåãã«ã¯ïŒæ¿åºããé 絊ãããé£ç³§ãåãåããŸãããé 絊ãåãåãããã®ã«ãŒãã«ã¯ïŒæã ã¯ïŒäººå®¶æãšããŠç»é²ãããŠããŸãããïŒå®éã¯ãã£ãšå€ãã®å®¶æãåå± ããŠããŸãããé 絊ãããé£ç³§ã¯ïŒïŒæ¥éããã¡ãŸããã§ãããé 絊ãããé£ç³§ããªããªã£ãããšã¯ïŒããŠã¢ãã³ã·ã®ç²ã§æ··ãããã£ãããé£ã¹ããïŒé£ã¹ãã«å¯ãæ¥ããããŸãããæ¬åœã«å€§å€ãªææã§ãããç¶ã®çµŠæã¯ååã§ã¯ãªãïŒæã«ã¯äŒç€Ÿã§æäŸããã瀟é£ãé£ã¹ãã«ïŒåäŸãã¡ã®ããã«æã£ãŠåž°ã£ãŠããããšããããŸãããç¶ã¯æ¬åœã«å®¶æãæããŠãããšæããŸãã
ã倧ãããªããšïŒæïŒæã«èµ·ããŠïŒèå±ããã®é·ãåã«äžŠã³ïŒïŒæã«ã¯åŠæ ¡ã«è¡ããŸãããåœæã¯ïŒïŒæ³ãïŒïŒæ³ã§ãããïŒå€ãã®å®¶äºãããªããŸãããåŠæ ¡ããæ»ããšããã«ïŒå®¶äºãæäŒããŸããã家äºã®åãïŒæŒãå€ã®ç©ºãæéã«ã¯ïŒåŠæ ¡ã®åŸ©ç¿ããïŒãšãŠãå å®ããæéã§ããã奜ããªããšã¯ïŒå匷ãããïŒå人ã貞ããŠããã童話ã®æ¬ãèªãããšã§ããã童話ãèªãããšã§ïŒçŸå®éé¿ãïŒæ°ããäžçãç¥ã£ãŠïŒãã®äžçã«æµžãããšãã§ããŸããã
ãïŒïŒïŒïŒå¹ŽïŒç¥ç¶ã亡ããªããŸãããç¥ç¶ã¯ïŒè³ã®è¿ããããã£ãé匟ããã©ãŠããšãªãïŒé·å¹ŽèŠããã§ããŸãããæŠäºã§äœ¿ãããéãç¥ç¶ãèŠãããŠããã®ã§ããç¶ã¯ç¥ç¶ã®èšå ±ãèãïŒæ³£ããŠããŸããããã®ãšãåããŠïŒå€§äººã®ç·æ§ãæ³£ããŠããã®ãèŠãŸããããšãŠãå°è±¡ã«æ®ã£ãŠããŸãããããã¯ïŒç¥ç¶ã®è¬åã«åºåžããããšã¯ã§ããŸããã§ãããåœæã¯è»ã®ãšã¹ã³ãŒãç¡ãã«ã¯ç§»åããããšã¯ã§ããªãã£ãã®ã§ããã ããïŒãããã¯ïŒå®¶ã§é»ç¥·ãæ§ãïŒç¥ç¶ã«å¥ããåããŸãããç¶ã¯é·ç·ã ã£ãã®ã§ïŒæ é·ã«æ»ãïŒè¬åã«åºåžããŸããã
ãæåªç§çåŸã«éžã°ããããšã§ïŒæ°ããéãéããŸãããïŒïŒïŒïŒå¹Žã«ïŒä»ã¯äº¡ããµã¢ã©ã»ãã·ã§ã«å代倧統é ãæ¥æ¬ã蚪åããŸãããã¢ããªã«ïŒã¢ãžã¢ïŒåç±³ã®åœæ°ãšã®äº€æµä¿é²ã®ããã®æ©é¢ãããïŒãã®äŒè°ã®å Žã§ïŒæ°åã®å§å¡ãã¢ã¶ã³ããŒã¯ããæåŸ ãåããŠïŒã¢ã¶ã³ããŒã¯ã蚪åããããšã«ãªããŸãããåŸã«æ¥æ¬ã®ãæ¯ããã«ãªã女æ§ã¯ïŒãã®å§å¡ã®äžäººã§ããããã®åºæ¥äºã«ãã£ãŠïŒãããã®äººçã¯å€§ããå€ãããŸããã
ã