Encontro/ 出会い

No decorrer do ano 1985 onde o nosso país atravessava situações de guerra e fome derivadas da seca, a convite do então Presidente Samora Machel uma delegação do comité de Solidariedade do Japão visitou Moçambique. Aquela que viria a ser a minha mãe de criação fez parte. A delegação fora convidada a viver de perto a situação drástica que o país atravessava no sentido de angariar mais apoio de outros povos. Nessa ocasião visitaram acampamentos de guerra, orfanatos onde os órfãos perderam seus entes queridos de uma forma expressiva na guerra. A minha mãe sendo médica não deixou de visitar os hospitais rurais onde deparou-se com doentes na maioria sem membros devido a amputação dos membros e crianças com desnutrição total. Essa visita lhe comoveu a ponto de ter decidido que chegou a hora de contribuir para a melhoria de Moçambique.

Na devida ocasião ela não perdeu a oportunidade de abrir a sua mala de com medicamentos e tratar alguns doentes tarefa executada com sucesso. A ideia que a ocorreu na cabeça dela foi de formar crianças na área medicina num país com nível de formação elevado. Achava ela que com o conhecimento adquirido ajudariam no futuro, a salvar vítimas e soldados que sofriam ferimentos na guerra.No entanto essa ideia não foi logo executada, foi levada para o Japão para ser amadurecida. Aproximadamente um ano depois ela voltou a Moçambique onde expôs a sua inquietação aos órgãos governamentais e foi direcionada à AMASP, Associação Moçambicana de Solidariedade com os Povos. Quem é a Dra. Takashima a minha mãe de criação.

A Dra.Takashima, nascida numa família de 3 irmãos era uma mulher de personalidade muito forte e de extrema inteligência. Nascida na Prefeitura de MIE. Sobreviveu a segunda guerra mundial e contava me muitas histórias da época que ela ouvirá do seu pai. Quando eu ouvia acontecimentos da época da segunda guerra mundial era como eu me reencontrasse e mergulhasse nelas pois eram os mesmos que eu vivi naquela época. Médica de Profissão, Proprietária de uma Clínica na Cidade de Kamifukuoka, já Divorciada por 2 vezes era uma mulher independente e atípica na sociedade Japonesa. Por ter outro tipo de visão por vezes era incompreendida.O seu mentor a quem ela nutria tamanho respeito era também um médico que coincidentemente no dia que bombardearam a Cidade de Hiroshima com bomba atómica ela se encontrava fora do país mas a posterior dedicou-se de corpo e alma a salvar várias vítimas de bomba atómica.

Num desses dias do mês Agosto de 1986, desloquei-me a Escola na mesma rotina. Eu estudava na Escola Secundária Estrela Vermelha. De Repente chegaram na Escola membros do Governo acompanhados de alguns japoneses. Na época cada turma era composta por mais de 60 alunos e me lembro que não tínhamos carteiras suficientes e quem chegasse atrasada sentava no chão. Portanto a escola tinha muitos e muitos alunos. No tal dia os Alunos começaram a comentar que tinham chegados Chineses e isso gerou uma inquietação. (para moçambicanos infelizmente até hoje todo asiático é considerado de chinês ).

No meio da aula de subidamente fui chamada pela Diretora da Turma, a Professora Benilde que disse: ̎Benvinda vamos a Sala do Director da Escola”. No entanto sem imaginar do que se tratava desloquei-me a Sala do Director da Escola juntamente com a Professora Benilde. Quando cheguei na sala se encontrava a Dra. Takashima, membros do Governo e um jornalista da Revista TEMPO a mais lida na Época para captar o momento.

De seguida o Director da Escola olhou para mim e disse: Foste chamada por ser a melhor aluna da Escola e tens uma oportunidade de estudar no Japão e viver com a Dra.Takashima que passara a ser sua mãe de criação. Eu Japão? Na verdade, eu era curiosa e lia muito o jornal por essa razão possuía alguns conhecimentos sobre Japão nomeadamente: Acompanhei quando o Presidente Samora Machel visitou Japão e que era um país com uma Indústria automóvel extremamente desenvolvido. Acompanhei através do Jornal que em 1985 um Avião da Japan Airlines despenhou na montanha da Prefeitura Gunma e vitimou 520 passageiros.

Tinha conhecimento que o Japão era geograficamente uma ILHA e meu primeiro pensamento foi ̎viverei numa Ilha ̎? Na descrição geográfica da minha mente Japão era uma Ilha tão pequena tão pequena que podia desaparecer facilmente de um dia para outro. E se houver inundações fluviais e eu não poder mais voltar ao meu país? foram esses os meus primeiros humildes pensamentos……

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------　

　１９８５年、モザンビークが内戦と旱魃による飢餓に苦しんでいた頃、当時大統領であったサモラ・マシェル大統領の招待によって、日本・アジア・ラテンアメリカ・アフリカ連携委員会のメンバーがモザンビークを訪問しました。後の育ての母も、委員会のメンバーとしてモザンビークに来ました。訪問の目的は、モザンビークの深刻な状況を知り、支援を集めることでした。訪問中は、内戦の状況について話を聞いたり、戦争で家族を失った孤児のための孤児院を訪問しました。母は、医師であり、人材不足でまともな治療が受けられていない病人や栄養不足の子供が沢山いる地方の病院も訪問しました。母は、病院の訪問で、衝撃を受け、モザンビークへの支援をしたいと思うようになったそうです。

　病院訪問中、日本から持参した医療器具を使いつつ、患者を診て、治療しました。その時、母の頭の中で、教育水準が高い国で、将来医師の卵となる子供を育てたいというアイディアが浮かんだそうです。教育を受けることで、将来の人の役に立ち、内戦で負傷した被害者や兵士を助けることができると考えたのです。

ただ、そのアイディアはすぐに実行はされず、一旦日本に戻って熟考されることになりました。約一年後、母は、モザンビークに戻り、モザンビーク政府と交渉し、国民連携のためのモザンビーク協会を設立しました。会長となった彼女こそが、育ての親である高島女医でした。

　母は、３人兄弟の家庭で育ちました。彼女は、強い個性のある女性で、非常に優秀でした。出身は三重県で、第二次世界大戦を生き延び、高島女医が父から聞いた話をよく聞かせてくれました。第二次世界大戦中の話を聞いた時、自分がその時代に生きていたような錯覚を覚えました。母は、上福岡市で病院を経営していました。２回離婚しており、独立した女性で、当時の日本社会では珍しかったと思います。人とは違う視点があり、時には理解できないこともありました。彼女にとってのメンターは、広島に原爆が投下された日、海外で会った医師でした。その医師は、その後原爆の被害者を救うため尽力しました。

　１９８６年８月、いつもの通学路を通って、学校に向かっていました。私は、エストレーラ・ヴェルメーリャ中学校で勉強していました。突然、何名かの日本人とともに、政府関係者が学校にやってきました。当時、１クラスには６０名ほどの生徒がおり、十分な椅子がなかったので、遅刻した人は床に座って授業を受けていました。

　学校には本当に多くの生徒がいました。その日、学校に着くと、友人たちが、中国人が来たと話しており、興味をそそられました（今日でも、モザンビーク人にとって、アジア人といえば中国人のイメージが強いです）。授業の途中で、担任の先生に、ベニールデ先生と一緒に学長室に行くよう言われました。なぜベニールデ先生と一緒に学長室に呼ばれたのか、想像もつきませんでした。学長室には、高島氏・政府関係者・当時もっとも読まれていた雑誌であるTEMPO誌の記者がいました。

　学長は私を見て、「最優秀生徒なので、呼び出しました。育ての親となる高島女医とともに日本で生活し、勉強できる素晴らしい機会があります。」と言いました。その言葉を聞いた時、「わたしが日本？」と思いました。実際、日本には興味があったので、新聞で、日本に関する知識も少しだけ習得していました。サモラ・マシェル大統領が訪日した時の記事で、日本はとても発展した車産業がある国 だと知りました。１９８５年には、群馬県に、日本航空が墜落し、５２０名が亡くなったというニュースを読みました。

　日本は島国であるという知識もありました。最初は、「島に住むの？」と思いました。わたしの中では、日本は一夜にして無くなってしまうくらい、とても、とても小さい島というイメージでした。川が氾濫したら、モザンビークには帰れなくなってしまうのではないか、とも考えました。これらが日本に行くと聞いた時、最初に思ったことです。